* Dilza Ribeiro
A Pesquisa elaborada pelo Conselho Federal de Medicina em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e conduzido pelo doutor em Ciências e pesquisador Mário Scheffer, indica as principais características que fragiliza a atenção em saúde no país.
Um dos méritos deste estudo é evidenciar a desigualdade que profissionais e usuários estão expostos.
Na primeira fase do projeto, os dados sobre o perfil demográfico dos médicos, tornou-se público, a distribuição geográfica, a presença nos setores público e privado da saúde, a quantidade de especialistas registrados nos Conselhos de Medicina e foram feitas algumas comparações internacionais.
A demografia médica é o estudo da população ativa de médicos, determinada pela idade, pelo sexo, pelo tempo de formação,pela atuação especializada,mas também condicionada pelas dinâmicas demográficas( fixacao territorial, ciclo de vida profissional em atividade, migração) e temos fatores externos como ofertas de postos e oportunidades de trabalho, políticas de saúde, condições de saúde e vida das populações.
As características da população médica em atividade no Estado do Acre:
-Número total de médicos-755
-Masculino-483
-Feminino-269
-Idade Média-42,3 anos
-Tempo de formado-15,4 anos
-Numero de generalistas-413
-Número de Especialistas-342
-Número de Médicos em Rio Branco-427
O generalista neste estudo é o médico sem título de especialista, pois após a conclusão do curso de graduação de seis anos, com posse do registro no CRM, é comum o exercício profissional de médicos não-especialistas, na atenção básica de saúde.
O cruzamento de dados da demografia médica mostrou que mais médicos em estabelecimentos privados não significa maior acesso ou mais serviços a disposição da população como um todo. Ao contrário, essa concentração gera iniquidades e contribui para a escassez de médicos em determinados serviços públicos.
Precisamos oferecer aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) o atendimento ao qual tem direito: universal, integral e com qualidade.
Temos reiterado mais recursos para a saúde e políticas públicas justas para com o médico e todos os profissionais da área.
*Dilza Ribeiro é médica e presidente do CRM-AC