O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) encaminhou um ofício à Secretaria Estadual de Saúde (Sasacre) para que regularize a situação precária da assistência aos pacientes da Maternidade Barbara Heliodora, em Rio Branco.

No documento, assinado pela presidente, Dra. Leuda Dávalos, a autarquia recomenda que o hospital seja transferido para o prédio do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Acre (Into-AC) ou para outra unidade, em Rio Branco, que ofereça condições mínimas de atendimento para as mães e seus bebês. Atualmente, no INTO funcionam leitos pediátricos enquanto o Hospital da Criança passa por reforma.

Em fiscalizações realizadas recentemente, o CRM-AC constatou uma série de irregularidades na Maternidade, entre elas: a precariedade da infraestrutura; ausência de profissionais especializados; o Centro Cirúrgico que funciona em estrutura improvisada e precária; e o Centro de Parto Normal que se encontra em reforma e em desconformidade com a Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI).

Além disso, o espaço que atualmente é destinado para funcionar o Centro de Materiais e Esterilização (CME) não está de acordo com a norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e não comporta os equipamentos novos que estão por instalar, o que colabora para infecção na Maternidade, mesmo com materiais em estoque.

Outro ponto constatado é a falta de Unidade de Terapia Intensiva Adulta, gerando atraso no atendimento e, consequentemente, colocando em risco as mães. Já os leitos de UTI Neonatal, Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional e Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru não atendem à demanda e encontram-se em ambiente inseguro, com mofo, infiltrações e sem saída de emergência.

O documento enviado à Sesacre também destaca que a equipe de fiscalização do CRM-AC identificou que o Banco de Leite Materno não dispõe de espaço suficiente. Por isso, a autarquia recomenda que seja revisto, com urgência, a estrutura física desse setor.

Além de recomendar a transferência do hospital para o INTO ou local mais adequado para atendimento, o CRM-AC pontua que é necessário um estudo emergencial da estrutura que vai receber a unidade, para o não comprometimento da saúde dos pacientes.