Para os Conselhos Federal e Regionais de Medicina é preciso valorizar o médico que atua nas urgências e emergências do país. Segundo as entidades, sem esta valorização o setor está destinado ao esvaziamento. O assunto foi tratado durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina (IENCM-2012), no dia 9 de março, em Brasília.

O conselheiro federal suplente e diretor do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Renato Françoso, destacou as complexidades do serviço. “A valorização profissional não é apenas salário. Precisamos fazer que o indivíduo esteja envolvido por aquele trabalho e engajado com a comunidade”.

Presidente do CRM-AC, Dilza Ribeiro e Tesoureiro Luis Beirute participaram do ENCM

Já o 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital Lima, pontuou que a saúde não tem sido prioridade nos últimos governos. “Numa nação como a nossa, o acesso à saúde é um grande fator de desigualdade social. Lembrando que somos a sexta economia do mundo, quantos morreram pelo sacrifício de se pagar dívidas externas ou outros projetos?”, indagou.

Segundo o coordenador-Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Paulo Tarso Monteiro Abrahão, a gestão da urgência da saúde pública sempre ficou “debaixo do tapete” e os “pacientes empilhados” nas urgências. “Precisamos ter profissionais qualificados nas emergências. Sabemos que a saúde não é feita por aparelhos e paredes, mas sim por profissionais”.

Convidado à participar da mesa, o representante do Ministério Público, Jairo Bisol, destacou a importância de se definir um modelo de gestão pública: “O subfinancimaneto é um problema grave, mas há um outro problema que me causa mais preocupação: podemos fazer um sistema sem se discutir um modelo de gestão sério?”, questionou.

Formação – Outro destaque da mesa foi a formação do médico para Urgência e Emergência. Alguns dos integrantes defenderam uma especialização própria para a área, entretanto outros enalteceram que as faculdades de Medicina precisavam aumentar o estudo de urgência e emergência a fim de instruir melhor o estudante.

Para o representante do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin, a academia não está preparado para formar bons profissionais de urgência e emergência. Já o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), João Batista Soares, apresentou uma pesquisa feita no estado que apontou que somente 7% dos estudantes querem ir para a urgência. “Antes eram 21%. Precisamos saber o porquê deste desinteresse. É preciso repensar tudo”.

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