Reunião ocorreu nesta quinta-feira (29)

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Acre (CRM-AC) participou, nesta quinta-feira (28), de uma reunião no Ministério Público do Acre para apresentação dos resultados da investigação feita por especialistas a respeito do quadro de adolescentes acreanos que apresentaram graves reações adversas após tomar a vacina contra o HPV.

Além do CRM-AC, representado pela presidente Leuda Dávalos e pelo primeiro secretário, Virgilio Prado, e MP-AC, participaram da reunião parlamentares, gestores públicos e representantes da Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), do Ministério da Saúde, do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindimed) e Defensoria Pública do Acre.

Para a presidente do CRM-AC, a reunião foi esclarecedora e de fundamental importância. Ela também ressaltou o posicionamento de repúdio do Conselho com relação ao movimento antivacina que tem crescido em todo o país. Leuda informou que o CRM criou uma comissão mista para acompanhar a situação tanto das pacientes como de seus familiares.

“O CRM não reconhece nenhum movimento que não tenha embasamento científico, seja procedimento médico, diagnóstico ou tratamento, portanto, o Conselho repudia esse tipo de movimento, que traz graves problemas para a sociedade, não só local, mas a nível nacional e mundial. A gente já vem, há muito tempo, acompanhando a situação desses adolescentes e agora vamos intensificar, porque criamos uma comissão mista, a qual vai acompanhar todo o tratamento deles, para assegurar tenham atendimento adequado, tanto social, como médico”, afirmou a presidente.

A doutora falou ainda da importância da vacina como um meio de prevenção de doenças e afirmou que o CRM segue junto com outras instituições na luta por uma saúde de qualidade.

“Vamos trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde e Sesacre na capacitação dos médicos para que estejam aptos a atender esses pacientes e tenham conhecimento da patologia quando esses adolescentes buscarem atendimento nas unidades. A ideia é que os especialistas da USP que fizeram o relatório final desse caso venham palestrar aqui no estado. É muito importante para que tanto a sociedade médica como a sociedade civil tenha conhecimento dos benefícios da vacinação. Vale destacar que a única maneira de assegurar a saúde das gerações futuras é através das vacinas, esse é o meio de prevenção mais seguro e a gente vai apoiar isso”, disse.

Estudo da USP

O estudo foi feito por uma equipe de 17 profissionais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, conduzidos pelos pesquisadores José Gallucci Neto e Renato Luiz Marchetti, do Instituto de Psiquiatria da USP. Por videoconferência, eles explicaram a metodologia das avaliações médicas, os fatores causais das manifestações convulsivas e a correlação dos sintomas com a imunização.

Desde o final do semestre passado, jovens estavam sendo enviados à cidade de São Paulo, onde foram submetidos a exames neurológicos, observação da atividade cerebral e avaliação neuropsicológica. No total, dentre os que apresentavam sintomas mais graves, 12 foram escolhidos para passar por análise da equipe multiprofissional da USP.

No relatório final, os especialistas descartaram qualquer relação causal biológica com a vacinação e atribuíram os sintomas a fatores psicossociais, causados sobretudo por situações de estresse relacionadas à desconfiança com a vacinação. Segundo eles, trata-se de uma reação psicológica, o que se desencadeou um tipo de patologia chamada crise não epiléptica psicogênica, diferente de epilepsia, que afeta o sistema nervoso. Ou seja, as manifestações não têm relação com a vacina, mas sim com o ato de vacinar.

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