V Fórum de Pediatria do CFM ocorreu nesta quinta-feira (10)

A conselheira federal do Acre e secretária geral do Conselho Federal de Medicina, Dra. Dilza Ambros coordenou a mesa redonda “Saúde da criança e adolescente indígena – a importância de uma atenção diferenciada”, no V Fórum de Pediatria do CFM, durante o 39° Congresso Brasileiro de Pediatria, nesta quinta-feira (10), em Porto Alegre.

Também fizeram parte da mesa, os médicos e professores de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), Dra. Fernanda Lage, Dr. Osvaldo Leal e Dr. Rodrigo Silveira, que apresentaram um panorama da assistência à saúde fornecida pelo poder público aos diferentes povos e etnias.

O especialista, Dr. Osvaldo Leal agradeceu a oportunidade de levar ao evento a discussão sobre saúde indígena. Segundo ele, o evento foi um “momento rico” de troca de experiências e informações acerca do tema.

“Tivemos a oportunidade de apresentar e discutir com os presentes o trabalho que realizamos nas disciplinas de saúde indígena e estágio rural no curso de medicina da UFAC. Destaco a presença de colegas pediatras acreanos, além de estudantes de medicina e ex-alunos da UFAC, que prestigiaram nossa exposição”, disse.

O médico e professor afirmou que ficou surpreso com a repercussão da exposição.“Retornamos animados e revigorados, com a certeza de que estamos trilhando um bom caminho na construção de práticas de cuidado integrais junto com as comunidades indígenas, respeitando e valorizando sua cultura e suas práticas de saúde e a partir destas referências a efetivação do cuidado sensível às suas necessidades. Aproveito a oportunidade para agradecer ao CFM/CRM-AC, pela confiança, apoio e visibilidade que tem dado ao que estamos construindo coletivamente no âmbito da saúde indígena no Acre”, concluiu.

A cirurgiã pediatra, Dra. Fernanda Lage, falou sobre a importância dos especialistas que atuam na saúde indígena no estado acreano participarem desse evento a nível nacional. Segundo ela, como 3% da população do Acre é indígena, os médicos que trabalho no estado estão acostumados a lidar com esses povos.

“Como médicos do Acre, nós temos uma grande experiência que é uma coisa que você encontra em poucos lugares do Brasil. Temos poucos médicos especialistas no país em tratar a questão indígena. Então, foi uma mesa de bastante impacto e acho que conseguimos mostrar que temos uma expertise aqui no Acre, temos médicos especializados e que a gente tem muito a ensinar para o Brasil sobre quais são as particularidades de trabalhar com essa população. Fiquei muito satisfeita de ver que que a gente conseguiu realmente trazer uma mudança a nível nacional para melhorar a atenção a esse povo tão vulnerável”, afirmou a especialista.

O evento

O V Fórum de Pediatria do Conselho Federal de Medicina (CFM), realizado durante o 39º Congresso Brasileiro de Pediatria (CBP), em Porto Alegre (RS), trouxe para o centro dos debates o tema “Saúde da criança indígena”.

Introduzindo a discussão, o professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (UFAC), Rodrigo Pinheiro Silveira, enfatizou o expressivo número de indígenas distribuídos por todos os estados do País – aproximadamente 800 mil – e apresentou as especificidades relacionadas à organização dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), âmbito em que ocorrem os atendimentos na Atenção Primária.

Na oportunidade, o médico também indicou a necessidade de um sistema de atenção diferenciado para assistir o paciente indígena. Entre os tópicos essenciais que devem fazer parte desse processo, segundo ele, estão a inclusão de representações, valores e práticas da cultura indígena nas condutas do atendimento; além da participação de um agente de saúde indígena no trabalho.

Na sequência, a especialista Fernanda Lage Lima Dantas abordou alguns dos desafios relacionados à assistência às crianças indígenas. Conforme alertou, atualmente a taxa de mortalidade infantil nessa população é três vezes maior que a taxa nacional. Para a especialista, temas básicos como vacinação, aleitamento materno e infecções parasitárias precisam ser melhor trabalhados, sob uma perspectiva intercultural, com respeito às particularidades de cada etnia e ao contexto ambiental.

Na ocasião, ocorreu ainda o colóquio “Crianças e adolescentes usuários de drogas”, conduzido pelo membro da Comissão para Controle de Drogas Lícitas e Ilícitas do CFM, João Paulo Becker Lotufo, que alertou para a diminuição da percepção dos riscos do uso de drogas e apresentou trabalhos científicos sobre a experimentação de drogas na faixa etária escolar.

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