As comemorações do Dia do Médico, o CRM transforma em agradecimentos. Gratidão aos profissionais que viram sua rotina diária transformada, tendo que enfrentar um inimigo invisível, desconhecido, em um sistema de saúde que não garante um serviço de qualidade e condições adequadas de trabalho mesmo antes do adverso.

Como calar quando sabemos que antes da morte do médico houve e haverá milhares de mortes de nossos pacientes? Somos 1080 médicos, 1080 cidadãos, 1080 trabalhadores, que lutam pelo resgate da qualidade da medicina e o resgate do indivíduo que a constrói.

Tenho ciência que nenhuma homenagem se aproxima da grandeza do trabalho que sempre desempenharam, mas o momento os colocou em evidência dizendo o quão são humanos, fraternos, empáticos e defenderam e defendem bravamente a vida.

E, assim, estiveram e sempre vão estar onde for necessário, na linha de frente, nos lugares mais remotos, nas UPAs, hospitais, UTIs e UBSs, confeccionando EPIs, doando máscaras, alimentos, e, acima de tudo, doando cuidado, atenção, carinho e amor. Assim somos nós, Médicos, onde estiver o homem, lá estaremos.

Quando o mundo todo precisou parar, frear, se recolher, nós não paramos. Seguimos firmes na batalha. E, o CRM também continuou executando suas obrigações. Foram mais de 90 fiscalizações com protocolo Covid-19 desde março para acompanhar o funcionamento das unidades de saúde do estado do Acre durante a pandemia. Durante as ações, as equipes de fiscalização do CRM verificavam tanto a disponibilidade EPIs aos servidores de Saúde, como quantidade de medicações disponíveis e de profissionais lotados nas unidades, organização do fluxo e protocolo de atendimento dos pacientes.

Além disso, foram várias as reuniões com a Secretaria Estadual de Saúde e secretarias Municipais de Saúde de Rio Branco e do interior para verificar como estavam se organizando no combate à pandemia. Ouvimos médicos da capital e também dos municípios, encaminhando suas solicitações e demandas aos responsáveis; estivemos junto com o Ministério Público em diversas ações para buscar as melhores condições de trabalho possíveis para os profissionais. E, quando foi preciso, acionamos o Ministério Público do Trabalho.

Durante este período de pandemia, foram várias as tentativas de usar a Covid-19 como justificativa para a flexibilização do Revalida, com a contratação de profissionais com diplomas de Medicina obtidos no exterior sem que tenham feito a devida revalidação. Por isso, o CRM precisou acionar a Justiça para assegurar o ético exercício da Medicina e cumprimento da lei.

Ao longo desses meses, o Conselho editou recomendações ao Estado do Acre, médicos e unidades de saúde e expediu com celeridade inscrições dos médicos recém formados pela Universidade Federal do Acre (UFAC), a fim de que pudessem somar no combate ao coronavírus.

Todos os médicos sabem que a nossa missão não respeita fronteiras, que somos irmãos e que a medicina é o laço que nos une. Por ser de Justiça, minhas palavras de conforto vão para os médicos que perderam seus amores, os que viram o final se aproximar e nossa eterna gratidão aos que partiram para sempre deixando seus filhos e filhas, esposo ou esposa.

Estamos diuturnamente nos fronts da guerra em que se transformaram nossos locais de trabalho antes já precários. Silenciosos, anônimos, muitas vezes sem proteção e condições adequadas, desempenhando os nossos trabalhos dos lugares mais remotos. Enfim, trabalhamos, e muito, trabalhamos muito e bem. Se o trabalho dos médicos e médicas é importante, porque não ser reconhecido? Queremos dizer que a luta é justa para definir nosso espaço profissional, estabelecer condições de trabalho dignas é tarefa necessária. O mais importante do presente é construir o futuro, e o futuro da medicina está nas mãos dos bravos médicos jovens, e dos acadêmicos de medicina. Que nosso desejo de dias melhores chegue, onde prevaleça a Justiça, o respeito, a dignidade profissional.

Assim somos! Somos Médicos!

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